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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

As marcas que você deixou.

  
   Tem gente que te marca sem ao menos se dar conta. Tem gente que abala as tuas estruturas, te tira do eixo, te faz ver estrelas, te domina, te acaricia, te aquece e te deixa com gostinho de quero mais. 
   Existem momentos que são inesquecíveis. Não importa o dia, mês ou ano que tenham acontecido, vai sempre vir em tua mente como um enxame de abelhas produzindo o seu mel. E quando antes de pegar no sono é o último pensamento que tu tens, vai ser algo vivificado novamente. És teu elixir. 
   Você me marcou e tomou conta dos meus momentos inesquecíveis, embora tenha participado deles poucas vezes. Você conseguiu com todo o seu jeitinho manso tomar conta de tudo de bom que tens em mim. Foi natural, irreal e surpreendente. Geralmente as coisas boas acontecem assim, então consequentemente te julgo o melhor que aconteceu comigo, o melhor que aconteceu em mim. 
   O teu toque, o teu beijo, o teu olhar desestruturaram tudo que o estava intacto em mim. A tua voz, o teu cheiro, as tuas qualidades que estavam nitidamente perceptíveis ao meus olhos abalaram tudo o que um dia eu acreditei que fosse inabalável. Foi feito faísca quando incendeia. Não pude controlar, não pude evitar. Foi amor, é amor e sempre vai ser amor. 
   Com todas essas marcas, receios e desejos, eu te esperaria. Não me importaria com a hora, o dia, o lugar, eu apenas te esperaria. Se você ligasse eu correria para atender, não me importaria com o que eu estivesse fazendo ou falando, eu faria tudo para te ter ao meu alcance, ao meu lado.
  Mas daí só ficaram as marcas. Cicatrizes nítidas em meu rosto, no meu semblante, na minha alma. Não cura, não sana. Dói, machuca, mas deixa uma paz, uma sensação de quero mais. 
   Ai pra abalar todo o sistema eu te vejo. Do nada meu coração começa a bater de forma irregular. Minhas mãos tremem, minha voz falha e eu coro. Você se aproxima como quem não quer nada e saí do mesmo jeito. Cumprimenta, sorri e deixa seu aroma estonteante ali. De repente vai embora deixando mais marcas, ou intensifica as que já existiam.
   Você simplesmente me marcou. Não sei se deixe-me iludir de imediato. Não sei se foi o teu joguinho de sedução, ou o teu riso doce que ecoava no meu ouvido, só sei que você chegou de mansinho e me marcou. Me preencheu e depois me esvaziou, deixando apenas as marcas.
   As lembranças não se esvaneceram. Elas nunca vão embora. Penetram a fundo no coração e ficam pra fazer morada. É sempre assim, não importa a situação ou o motivo. Os nossos momentos permanecem gravados aqui em mim.
   Aquela música que você vivia cantando me lembra você. Dói. Eu escuto ela sempre que posso. Vivo uma espécie de auto-martírio. Parece que é proposital, mas é algo instantâneo. Quando me dou conta já estou escutando e me debruçando em lágrimas. 
     As marcas ainda existem, e vão existir pra sempre. O tempo cura as feridas, mas não as apaga. Nada apaga. Permanece, caleja, machuca, dói e não some. Você me marcou. Está marcado em mim, aqui, como um corte bem profundo no meu coração.

 
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